Um passo à frente
Recentemente, sua Excelência o Sr. Secretário do Estado do Ensino Básico e Secundário, João Grancho, afirmou na comunicação social o seguinte excerto, que passo a citar: “Estamos a trabalhar exatamente na portaria que será brevemente colocada a discussão, para depois ser publicada, em que haverá um reforço da componente técnica em contexto de trabalho, para o dobro do que é hoje". Ora aqui está uma medida muito bem-vinda, sobretudo para os alunos do ensino profissional no geral. Não posso dizer o mesmo para os nossos alunos, porque para eles, essa futura realidade, já o é há uns anos. Portanto, para nós nada de novo...
Sublinho apenas um aspeto que pode passar despercebido à maioria dos leitores do nosso jornal, mas que reveste uma importância extrema em todo este processo. No passado dia 8 de janeiro, deste ano, recebemos na nossa escola precisamente a visita do Sr. Secretário do Estado do Ensino Básico e Secundário e do Sr. Secretário de Estado do Emprego. Um dos tópicos discutidos durante a visita foi precisamente o modo como operacionalizávamos a nossa formação em contexto de trabalho, atendendo a que oferecemos aos nossos alunos aproximadamente 1056 horas de formação real de trabalho, a contrastar com as atuais 420 horas, existentes na matriz curricular dos cursos profissionais. Dessa visita ficou ainda a satisfação dos governantes relativamente ao modo como a nossa escola tinha conseguido ir para além do expectável, proporcionando aos alunos essa formação extra de enorme importância, sendo provavelmente um dos motivos pelas quais as nossas taxas de empregabilidade estavam bastante acima da média nacional.
Sem falsas modéstias nem vaidades desmedidas, posso afirmar que me sinto orgulhoso por fazer parte desta instituição, que uma vez mais está na vanguarda de boas práticas em termos do ensino profissional. Não nos conformamos com o “normal”, tentamos sempre ir mais além, ir onde ninguém foi antes, fazer o que ainda não foi feito, e descobrir novos caminhos que possam proporcionar melhor formação e mais profissionalismo aos nossos alunos. A título de exemplo, estamos a proporcionar, cada vez mais, aos nossos alunos formação em contexto de trabalho além-fronteiras, em países onde o avanço tecnológico e o grau de aprofundamento em determinadas áreas é reconhecidamente uma mais-valia para os nossos alunos. São experiências marcantes que poderão vir a proporcionar, no futuro, propostas de trabalho num mundo cada vez competitivo, onde apenas os melhores, os mais bem preparados, os mais aptos, os mais capazes, em resumo, os que detêm a melhor formação integral possível, têm lugar.
É para isso que trabalhamos todos os dias. E é por isso que sinto estarmos um passo à frente. E isso sabe muito, muito bem.
José Luís Pegada
Diretor Pedagógico da EPO